quinta-feira, 7 de maio de 2009

Viva o direito de resmungo


Começo com o escritor uruguaio Galeano/
"A liberdade de eleição permite que você escolha o molho com o qual será devorado".


Numa canção, do grupo cordel do fogo encantado, o cantor Lirinha descreve um jovem garoto que tinha um pai que era palhaço de um circo sem futuro. E diante do leito de morte do pai, o rapaz, tentando se redimir de anos de ausência pede para seu pai o ensinar a ser palhaço.

Ensinar a ser palhaço ? E precisa ? Na minha opinião, basta nascer brasileiro e permanecer no Brasil. E diferente do desfecho da música, que o pai fala que isso não se ensina. Se ensina sim... todos os dias. Penso a pátria numa metáfora como uma mãe, sendo nós
, como os filhos ainda infantes sendo alimentados pela manhã sentados naquelas cadeirinhas com babador e sem coordenação ou noção do que acontece. "Abre a boca bebê que ai vai entrando o Jader Barbalho... hummmm gostoso né ?" - diria ela - "Olha o aviãozinho viajando com a esposa do deputado... humm saboroso" - e na teimosia do filho não querer comer ela ameaçava -"Se o fofinho não engolir o Gilmar Mendes não vai ganhar impunidade."

É sempre um "circo", "palhaçada", "espetáculo desnecessário", para aqueles que nos ferem e desviam sem escrúpulos a verdadeira papa dos nossos bebês.

Sejamos então verdadeiros palhaços. Palhaço cuja origem da palavra vem do latim = fossor, então sugiro uma nova classificação: "homus" sapiens do fosso - uma ramificação não estudada. Onde nossas enzimas replicadas ao longo de 500 anos resultaram em uma cadeia de pessoas sem interesse real em política moral com seu estado. Uma apatia estruturada nos genes. Seremos então o próximo passo desse gene egoísta, plenamente adaptados para sermos devorados pela máquina.


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